Click Here For Free Blog Backgrounds!!!
Blogaholic Designs

terça-feira, novembro 02, 2010

Dos pequenos grandes detalhes

Acabei de assistir "Onde Vivem os Monstros", de Spike Jonze. Foi lançado ano passado e eu me lembro bem que fez muito sucesso, ao menos entre os meus amigos "cultos". Mas lembro também que a crítica foi muito favorável, e numa das entrevistas que o diretor deu, ele disse: "o filme não foi feito para crianças, e sim para falar da infância".

Na época, eu não entendi. Quer dizer, eu entendi que ele tinha uma temática infantil, mas que não era necessariamente tratada de uma maneira... fácil, palatável e leve como são os filmes para crianças.

Agora que vi o filme, consegui entender o que ele quis dizer. E posso afirmar que o filme não fala apenas da infância. Fala da vida, da forma como todos nós somos meio crianças ver por outra durante as nossas vidas.

O filme começa com uma fuga - que vai culminar na ilha onde os monstros vivem. Crianças fogem quando as coisas ficam ruins, e não há nada de errado nisso. Afinal, não é como se elas possuem um dicionário emocional para quando as coisas ficam difíceis. Elas ainda terão que aprender isso.

E, quando "crescemos", vamos aprendendo a lidar com as situações. A não fugir mais. Vendo o filme, no entanto, fiquei pensando que deveríamos, sim, poder fugir das coisas às vezes. Não que isso seja a maneira certa de lidar com certas situações; mas, em certos momentos, fugir é a única coisa que nos resta. É a única forma de conseguir respirar um pouco, calar as muitas vozes dentro da sua cabeça e encontrar ouvir o seu coração batendo, sussurando lá dentro o que você de fato quer, sente, precisa fazer.

Não pude deixar de pensar que, por algum motivo masoquista, nós nos violentamos dia a dia enfrentando certas coisas que não precisavam ser enfrentadas - ao menos não naquele momento. Não há nada de errado em retroceder, em se esconder. Não há nada de errado em ter medo. Em fugir. Para voltar depois, mais forte, mais corajoso. E em paz.

Não há nada de errado em tentar preservar o seu coração. Muito embora, quando viramos gente grande, ele seja inevitavelmente esmagado mais cedo ou mais tarde.

Um comentário:

Jady disse...

Quem me mostrou esse filme foi meu guri, Yago, dizendo "o filme é massa, muito bom mesmo".

Acho, então, que ele (e muitas pessoas) estão à anos luz de mim, porque ODIEI esse filme kkkkkkkkkkkkkk