Da humanidade

Eu escrevi no post aí embaixo sobre humanidade - o que nos faz humanos, os sentimentos que nos fazem ser essa mistura maluca, e no entanto belíssima, de emoções. Falei principalmente da compaixão.

Compaixão é uma das coisas que ultimamente anda escassa. Eu diria até em vias de extinção, mas no nível mais alto desse ranking.

Não sei bem o por quê, mas hoje as "coisas" valem mais do que as "pessoas". Um tênis, um carro, uma jóia; uma carreira, um emprego, um prazo no trabalho, uma pós-graduação. Essas "coisas", que obviamente são importantíssimas no computo final do saldo da felicidade - mas não são tudo. Na verdade, bem verdade, ocupam assim no máximo, juntas, uns 40% desse total, na minha humilde opinião.

Porque existem outras coisas mais importantes. Exemplos:

+ Amor
+ Família
+ Amigos
+ Minha cachorrinha
+ Viajar
+ Rir
+ Brincar
+ Pôr-do-sol
+ Conhecimento
+ Livros
+ CD
+ Comer algodão doce
+ Comer pizza em frente à TV em plena terça-feira
+ Comer qualquer coisa :)
+ Beijar
+ Abraçar
+ Balançar na rede
+ Pessoas

Sim, pessoas. As pessoas são mais importantes do que lucros, prejuízos, sucesso, ascensão, status. As pessoas são, no fim das contas, o fato crucial, que vai determinar se a sua experiência seja grandiosa ou ínfima. De quê adianta ser presidente de uma grande companhia... e chegar em casa sozinho, sem nem um peixinho dourado para ouvir as suas glórias?

Mas, por uma dessas razões cósmicas, a tendência é essa. O que a gente vê por aí hoje é isso: as "coisas" colocadas em primeiro lugar, em detrimento das "pessoas". Noções básicas de confiança, humildade, serenidade, sabedoria e equilíbrio, que a humanidade demorou tanto para desenvolver e evoluir, são trocados por desconfiança, arrogância, ansiedade e impulsividade.

Dizem que a humanidade vai deixar de existir por causa das guerras que fazemos.

Eu acho que não.

A humanidade vai definhar de tristeza, isso sim.