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segunda-feira, setembro 28, 2009

Clima

Às 15h22 da tarde desta segunda-feira, a luz se apagou na editora.

Tudo o que conseguíamos ver eram as telas LCD dos computadores que, por causa dos geradores, nem piscaram com a violenta variação na corrente elétrica do prédio.

A primeira reação é olhar para uma janela. Qualquer uma. Mesmo que ela esteja a mais de um metro e meio de distância.

E aí bate o desespero. Não há luz lá fora. Não há sol. O que se vê é um céu negro, um tapete escuro formando-se em uma tormenta. Rajadas de vento batem agressivamente nas janelas, querendo entrar por qualquer parte vulnerável, abrir as frestas, mostrar sua força. Um branco de gotas de chuva caindo muito, muito rápido.

De repente, uma luz. Um barulho de fios de alta tensão, um estouro. A linha do trem, que fica logo ali, atravessando a rua, está em pane. Os cabos se chocam entre sim com a ventania e não perdoam: brigam entre si. Pedem espaço. Gritam em uma briga luminosa, incendiária, implacável.

Aos poucos, os ventos começam a se acalmar e a chuva diminui.

Para, dois minutos depois, recomeçar tudo, tão violentamente quanto no início.

Agora, com trovões.

O branco da chuva deixa entrever as árvores que, firmes, suportam a tempestade de forma resignada. Me pergunto se um dia conseguirei ser assim, uma árvore, capaz de suportar as tempestades da vida de forma resignada. Sabendo que, depois do terror da situação, algo de bom vai surgir.

As luzes se acendem, e parece que nada aconteceu. As pessoas continuam a digitar, a entrevistar, a conversar umas com as outras. No momento, nada mais tem importância.

Nem a cruel, porém bela, força da natureza.

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