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sexta-feira, setembro 25, 2009

A gente se acostuma - mesmo

Quinta-feira cinza e chuvosa em São Paulo. Depos de um dia intenso, corrido, praticamente de uma executiva de multinacional (excetuando-se o saldo bancário), eu tive o prazer de ganhar uma cortesia para conhecer um dos spas mais luxuosos de São Paulo.

Instalado por aqui há seis meses, metade do staff é tailandês. Juro. Não é mentira, não - eles vieram lá da Tailândia, mesmo. A outra metade é treinada por eles - ou seja, qualidade impecável.

Chego no spa, instalado num hotel. De dentro do meu Palio 2006 1.4 Flex, dá para ver ao redor fileiras de carros pretos importados. Brilhantes também. Vergonha. Deixo meu carro na mão do manobrista, que se surpreende com a minha gentileza e meu sorriso olho-no-olho (por que será que isso sempre acontece?). Recepção, elevador. Ah! Antes do elevador, uma noiva lindíssima posando com o pai na porta do hotel. Emoção, lembranças mil. Mas, ok, foco: elevador.

Chego no quarto andar. As luzes do elevador parecem incrivelmente fortes ao abrir das portas - o corredor está iluminado apenas por velas. Era quase uma penumbra incômoda não fosse o cheiro de insenso saindo por todos os lados. Delícia. Direita, porta de vidro, entro. O aroma das ervas fica mais intenso e eu já me deixo levar por aquele clima de relaxamento, introspecção e reflexão.

Apenas eu na sala, igualmente iluminada com velas e uma iluminação indireta muito suave. A recepcionista me sorri e diz algo em tailandês - putz, deveria ter aprendido essa língua também. Culpa (alguém já leu a matéria da TPM?). Loira, tipo migon, olhos claros, vestida com uma saia longa e saltos altos, coroados com um coque. Uma princesa. Ela me sorri e começa em uma voz incrivelmente delicada, de boneca mesmo, a me explicar o que eu faria. Me diz, uma a uma, as massages do menu (sim, há um menu em tecido brilhante dourado), para que eu escolhesse uma. Decido, ela guarda meus sapatos (eu e minha mania de usar meias de ursinhos e nuvenzinhas...) e eu aguardo.

A massagista chega em seguida. Baixa, igualmente mignon, muito bonita e sorridente. E detalhe importante: tailandesa, de Phuket (não foi lá o tsunami?). Simpática até o último fio de cabelo, mas eu logo imaginei que, para agradar turistas, na Tailândia as coisas devem ser assim. Falando em inglês com sotaque fortíssimo, me peguei imaginando a vida dela - nascida do outro lado do mundo, falando inglês e morando no Brasil. Essa globalização...

Entro na sala. Decorada de forma muito, muito sofisticada. Bambus, piso de madeira, paredes com textura em tecido. Luz suuuuper suave. O banheiro tem porcelanas em tom de verde-turquesa, daqueles que lembra o mar da Tailândia mesmo. Nua, com um roupão apenas, sigo para a massagem.

Primeiro, os pés: lavados com água e pétalas de rosa (vermelha). Depois as mãos. Uma conversa rápida: onde quero mais massagem, onde não quero, se quero tomar banho no fim, o que quero tomar (optei por chá de gengibre ao final do tratamento). Por fim, me deito na cama e aguardo os apertos e deslizamentos que estão por vir.

A massagem é espetacular. Sério. Senti uma dor absurda do lado direito da parte de cima das costas - mas, hey, eu pedi para ela focar ali mesmo, então acho que era para ser assim mesmo. Enquanto ela fazia a massagem, uma vontade de chorar me inunda de repente. Deve ser normal - eu já fiz massagens que mexem com a nossa alma também. Começo a pensar na vida, na morte, nas pessoas, no meu passado, no futuro. Tudo se mistura em imagens sequenciadas. Acho que estou relaxando.

Depois de 90 minutos, está na hora de retirar o óleo do corpo. O tilintar suave de um pequeno sino indica o fim da massagem - é a hora de voltar à consciência. Enquanto eu me recupero, ela prepara meu banho (acho que nunca fizeram isso para mim!). Levanto. Caminho. Debaixo do chuveiro quente, agradável, fica mais fácil pensar em tudo o que eu vivi até ali.

Dizer tchau parece difícil para alguém que me proporcionou tanto. Mas a noite termina com o meu chá de gengibre e mel (nas medidas perfeitas entre si), e a sensação de que eu preciso relaxar mais.

E voltar lá outro dia.

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