Questionando a natureza moderna do homem

Os filmes, os livros, a História; é sempre comum acharmos por esses campos do conhecimento um futuro desenhado em cima de máquinas capazes de feitos incríveis; de seres artificiais pensantes, malvados ou inteligentíssimos (ou ambos), movidos à eletricidade ou qualquer outro combustível - incluindo-se nessa lista a energia do corpo humano e até mesmo o sangue humano.

Pois bem, nesses relatos, é evidente que o que ali é descrito representa o futuro. Ou seja, um avanço no modo de pensar, de existir, de sentir do homem. No modo de viver.

E eis que hoje vivemos assim, de formas simples. Tudo a um clique - não precisamos de dinheir, pois temos cartões de débito/crédito; não precisamos ir até o restaurante, porque existe comida por telefone; não precisamos nem mesmo do telefone, já que temos internet. O portão de casa abre com um clique do controle remoto; a TV, janela do mundo, também. A comida descongelada fica comestível no microondas, e as roupas, veja só, são lavadas na máquina de lavar - ligada na tomada.

A nossa vida foi ficando cada vez mais simples, fácil e prática, com a eletricidade. Isso ninguém discute.

Mas eis que, hoje, ou em um dia como hoje, essa tal "tecnologia avançada", esse "milagre da ciência", é posto à prova. A natureza, intempestiva, resolveu soltar muitos e muitos litros de água de uma só vez aqui em São Paulo. E a cidade, como qualquer grande centro urbano impermeável e abarrotado de carros, conheceu um dia de caos.

As ruas, alagadas, de forma intransitável. Os carros provocaram congestionamentos gigantes. As pessoas não foram trabalhar. Não conseguiram chegar aos seus compromissos - médicos, empreiteiros, executivos (mesmo os helicópteros não puderam voar), tudo parou. A cidade, fisica e economicamente, ficou impossibilitada de trabalhar.

Quem precisou de ajuda ficou na mão. Os telefones pararam - da Telefônica E da Net. E, por fim, a eletricidade, que abre todas as portas do nosso mundo, foi cortada.

Pensei em como somos dependentes desse estilo de vida quando sai de uma farmácia e tive que pagar o remédio em dinheiro, porque a máquina dos cartões não estava com sinal. Parece que a vida caminha de forma simples mas, nos bastidores, somos dependentes de uma única fonte que, se sumir, vai simplesmente destruir o mundo como conhecemos hoje.

Ainda bem que nada disso é permanente.

P.S.: Façam figas para que eu chegue em casa ainda hoje!!!