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segunda-feira, março 08, 2010

Ser mulher

Li em algum blog hoje que as mulheres preenchem 60% das vagas de trabalho pelo mundo, mas ainda recebem 10% que seus colegas do sexo oposto e concentram uma porcentagem mínima das propriedades privadas.

Curiosamente, semana passada estava pensando como existem mulheres repórteres na minha redação, mas poucas são editoras (com exceção da parte da revista de fofocas, onde SÓ TEM mulher - o que também diz muito da situação) e pouquíssimas, para não dizer praticamente inexistentes, diretoras.

Também já ouvi da boca de um homem, que se julga muito correto, que o melhor era que nós, mulheres, fôssemos tratadas como homens - isso era o mais justo. Sim, porque a minha sensibilidade e a minha personalidade feminina certamente devem ser afogadas, esquecidas num canto escuro, para que eu possa ser considerada uma boa profissional. Ter talento não parece ser uma dádiva para mulheres.

Tambem estava lendo algumas matérias especiais falando sobre a dupla jornada feminina - como isso cansa, como isso estressa, e como isso prejudica toda a vida da mulher.

A verdade é que ser mulher nos dias de hoje não é tarefa simples. Trabalhamos mais, ganhamos menos e ainda temos que nos fazer passar por homens - engolir o choro, deixar de fofocar (porque, sim, adoramos fofocar), apagar o raciocínio subjetivo e aderir ao movimento "racionais até a morte".

Por outro lado, já ouvi de uma psicóloga de renome que o mundo hoje é regido por valores femininos; cobramos no ambiente de trabalho a tal sensibilidade, tato ao lidar com os colegas, liderança de forma suave, companheirismo etc. Cobramos dos homens sensibilidade, DRs infindáveis, paciência, saber ouvir, cuidar dos filhos. Cozinhar. Arrumar a casa. De preferência sem uma mulher atrás pedindo e explicando tudo.

O que me faz pensar que, de fato, há uma inversão de valores. Estão cobrando dos homens mais sensibilidade porque, bom, as mulheres agora devem ser carrascas para serem respeitadas! E aí vivemos nessa bagunça, tentando ser o que não somos e desrespeitando completamente a natureza dos sexos.

Hoje, no dia da mulher, eu me pergunto se as nossas conquistas valeram assim tanto a pena. Os nosso filhos estão abandonados, a nossa sensualidade virou uma foto barata pendurada em qualquer jornal de quinta. Os maridos vivem acuados, tentando ser algo que nunca serão, enquanto nós sacrificamos a nossa essência em nome de sucesso, carreira... dinheiro, moda, magreza. E quando me questiono conquistas, não me refiro aquelas básicas: poder ir à escola, aprender a ler, escolher quem será meu marido. Não falo da liberdade de ser um indivíduo social. Falo de como não soubemos parar quando conquistamos o necessário - ou seja, o direito a escolher.

E todos os dias, eu escolho ser mulher. Chorona, manhosa, sensível, sonhadora, romântica, estressada (em dias de TPM), descabelada, incapaz de diferenciar esquerda-direita (fato). Simplesmente porque o fato de ser assim não me impede de ter talento, ser ingeligente, pensar de forma criativa. Mas faço tudo apenas de forma diferente ;)

Feliz dia da mulher.

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