De volta

Cheguei ao Brasil numa fria (mas não tão fria como na Inglaterra) manhã de quinta-feira. Meu voo estava atrasado duas horas, e ainda tive que aguentar a cara feia de duas oficiais da alfândega - que me odiaram um pouco mais depois que o simpático chefe delas me liberou sem mais problemas.

Voltei ao Brasil depois de 31 dias de muita cultura, comida boa, cidades e vilas fantásticas e companhias mais do que especiais. E, depois de um mês tão intenso - mais pareceu um ano - é inevitável a pergunta: e agora?

Meu emprego não existe mais. Afora a questão econômica (nada de cartão de crédito, mocinha!), eu não posso dizer que esteja triste. Pelo contrário. Uma rápida visita pela antiga empresa me fez ver que estou melhor agora. Mais pobre, mas mais feliz também. Por que é que tem que ser assim?

Os planos para a viagem também já foram - a viagem já foi. Já vi Michelangelo, Rafael, da Vinci, Boticcelli, Big Ben, Buckingham, London Eye. Já comi demais, comidas deliciosas, aprendi receitas, provei temperos. E agora?

O difícil é que, quando se vive um mês assim, de uma vida de sonhos tão palpáveis e reais, voltar para a realidade se torna uma tortura.

Necessária, eu sei. Mas, ainda assim, extremamente cruel.