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sexta-feira, setembro 11, 2009

Falta

Faz muito, muito tempo mesmo que eu não escrevo do coração.

Não que os meus textos sejam falsidade. Não é isso. Mas é diferente. Às vezes eu quero apenas escrever sobre alguma coisa que eu vi, ouvi, vivi, e refletir sobre isso. E nada melhor do que colocar em palavras para processar toda a informação.

Mas tem dias que eu quero deixar o meu coração falar. Assim, sem amarras, sem censuras, sem meias-verdades ou contextos explicados. Tem dias em que eu quero simplesmente fingir que meu cérebro é uma extensão das minhas emoções, e deixar tudo fluir de maneira errática, espontânea, por vezes até incoerente.

Porque nessa confusão toda, eu me encontro. Eu vejo ali, nas entrelinhas daquela bagunça de palavras, uma parte genuína do meu ser. E acho isso tão complexo, tão difícil de ser feito, que sinto um orgulho descabido por conseguir condensar em meras palavras todos os sentimentos e sensações que inundam os meus sentidos naquele momento.

Ultimamente, no entanto, isso tem sido raro.

A correria do dia a dia ajuda, é claro. Mas isso não é desculpa.

Na verdade, eu me peguei nessa vida chata-rotineira-previsível ao ler um texto que Victor Hugo escreveu sobre a morte de Balzac. Aquele texto tem vida, sabe como? E fiquei pensando há quantos meses eu não escrevo um texto assim, vivo. Arrepiante, inebriante. Divertido.

E percebi que eu não ando me divertindo muito por esses dias.

Não vou jogar toda a culpa em terceiros porque, bom, eu deixei isso acontecer. Em algum ponto, eu permiti. Mas me deu um cansaço, uma coisa quase física mesmo, de seguir regras e ordens sem sentido. De viver uma rotina sem sentido, com pessoas ao meu redor que poderiam bater um papo de igual para igual com qualquer burro de carga (com suas exceções, é claro), tamanho o cabresto que envolve suas vidas.

E isso reflete naquilo que escrevemos, sabe? No que eu escrevo. Esse desânimo é apenas uma consequência do desânimo díário que eu enfrento.

Mas eu não quero mais ser assim. Eu não quero mais viver presa, alheia ao que é realmente bom, puro, engraçado, poético. Há beleza demais na vida, todos os dias, em todos os detalhes, para eu, aos 26 anos, começar a achar que é tudo um tédio.

Não. Ou melhor, sim. Eu vou passar a dizer sim. E me divertir de novo.

Só assim eu vou recomeçar a produzir. E a sorrir mais.

Um comentário:

Jady disse...

Coincidentemente eu estava pensando sobre isso esses dias. Há séculos não escrevo alguma coisa que se aproveite.

O problema é que meus melhores textos sempre saem quando estou triste, ou quando estou melancólica, ou coisa assim. Feliciade não produz bons textos, esteja certa. O MEU problema é que, como você, não estou sendo muito feliz ultimamente, mas também não estou sendo triste. Estou vagando por uma espécie de limbo emocional há mais tempo do que gostaria...

Que o coração nunca cale...

E isso rende post né?

Beijos