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segunda-feira, maio 31, 2010

A Copa do Mundo é nossa...

Eu nunca fui, assim, uma grande fã de esportes. Em casa nunca foi tradição - nem mesmo futebol. Minha família se divide entre palmeirenses e corinthianos (eu entre estes últimos) e, acho que por conta da briga que seria se levássemos tudo a sério, ninguém nunca acompanhou muito de perto.

Mesmo assim, Copa do Mundo sempre foi sagrada lá em casa. O pessoal (sim, são 8 irmão mais respectivos (as) maridos e esposas, filhos e filhas e, mais recentemente, os namorados e namoradas dos filhos) sempre marca uma feijoada, ou um churrasco, ou um nhoque, ou qualquer coisa que envolva comida, bebida e muita falação antes de um jogo da Seleção Brasileira.

Mas a Copa do Mundo que mais me marcou foi a de 1994. Foi a primeira Copa em que eu vi o Brasil ser campeão - até então, os títulos de 1958, 1962 e 1970 constavam para mim apenas no papel. Em 1994, com a seleção de Dunga, Bebeto, Romário, Branco e outros, eu senti pela primeira vez o sabor doce e agradável da vitória. Pode parecer clichê, e é, mas eu entendi pela primeira vez o orgulho de ser brasileira (o). Eu tinha 11 anos.

Lembro bem dos jogos, do sofrimento, das pessoas jurando de pé junto que iríamos perder, que o time jogava feio, que aquele sufoco tinha que terminar. Um futebol feio, um time jogando "retrancado", estilo mais complicado esse do Parreira (o então técnico, que hoje é responsável pela seleção da África do Sul). Nada disso me importava. Brasil e Estados Unidos, zero a zero, jogo debaixo de um sol impiedoso e estádio lotado. A bola não entrava; simplesmente... não ia. Jogo tenso. Leonardo, jovem jogador (que aliás acabou de se despedir como técnico do Milan), foi expulso por uma cabeçada para lá de doída no jogador americano. Brasil pressionando, EUA se defendendo. Ainda lembro da família reunida, sentada no chão da casa da minha avó, todo mundo gritando. Ninguém mais tinha paciência, não restavam nervos, apenas frangalhos. Ninguém podia acreditar que Bebeto e Romário, aquela duplinha dinâmica que tanto encantou naquela disputa, não conseguia fazer a mágica e colocar a bola para dentro. Uma, duas, inúmeras bolas - todas passando por cima, pelo lado, pelo outro lado, arrancando tinta da trave, do travessão, balançando a rede por fora.

Desespero.

Até que...

Uma tabelinha entre Romário e Bebeto resultou no único gol da partida. E eu lembro do Bebeto falando para o Romário: só um, unzinho só. Do lado de cá da telinha, a casa veio abaixo. Maior gritaria. Maior diversão. E eu então tive certeza de que aquela Copa do Mundo seria nossa. Seria minha. E toda vez que a Copa do Mundo está chegando, eu me lembro desse jogo. Desse momento de euforia, dessa diversão toda. Do silêncio nas ruas durante o jogo, das tvs ligadas e dos radinhos de pilha nos bares.

A Copa do Mundo é nossa... ou espero que dessa vez ela seja de novo.

(OBS.: Foto - Estadão)

Um comentário:

L. R. Bessel disse...

Realmente, a Copa do Mundo é nossa. Ou da Argentina he he he.

Sobre o lance do Leonardo, houve uma cabeçada. Poder-se-ia dizer que o jogador americano deu uma "cabeçada" no cotovelo do Leonardo, mas errou e acabou acertando o rosto, fraturando o maxilar. Delícia.