Click Here For Free Blog Backgrounds!!!
Blogaholic Designs

terça-feira, agosto 31, 2010

Crise

Estou maravilhada. Extasiada. Sim, sim: eu descobri que sou normal!

Vamos aos fatos.

Estava eu assistindo televisão - uma ótima companhia nessa minha fase patética de vida - quando peguei um programa passando. Chama Happy Hour, passa na GNT. Não é lá um programa tããããão bacana, mas o tema me interessou: crise dos 30 anos.

Eu sei, eu sei, eu AINDA estou PARA FAZER 28 anos. Mas o programa não começou falando assim, de cara, "olha a crise dos 30 anos". Começou falando dessa fase na vida, lá pelas 27 anos (yep), aquela em que você começa... bom, começa a pensar na vida. Caso, não caso; compro uma casa, uma bicicleta, um carro. Faço um intercâmbio, passo o ano viajando. Troco de emprego, mudo de carreira? Saio da casa dos pais se ainda não casei?

Pois então. Essa sou eu há algum tempo. E, sim!, existem mais além de mim!

Eu não sei se é mais patético descobrir que estou em crise ou descobrir que estou em crise por causa de um programa de TV; mas, de qualquer forma, eu finalmente me senti confortável. A vida de repente se tornou maluca e eu achava que era a única a entender isso. Mas não sou!

E o que seria a tal crise? Bom, a psicóloga (sim, eles levaram uma psico para o estúdio...) disse que, na verdade, a tal "crise dos 30" poderia ter outro nome: crise da idade adulta. E eu acho que é bem por aí - pelo menos para mim. Aos 20 e pouquinhos, você acabou de sair da adolescência e o mundo ainda está se abrindo. Existem inúmeras possibilidades, e errar é permitido.

Contudo, aos 20 e poucões, você já tentou bastante e, bom, parece que todo mundo começa a olhar para a sua cara e perguntar até quando você vai continuar nessa boa vida de ficar apenas tentando. A verdade, mesmo, é que, aos 20 e pouquinhos, você não está tentando de fato. A vida está começando e o que o vento traz é sensacional. O futuro, aquele em que você vai mesmo se esforçar, está lááááá na frente.

E então, quando você menos espera, o futuro chegou! E todos aqueles anos, aquele tempo imeeeeenso que você achava que tinha, de repente, não mais que de repente... acaba sumindo do contador. É assim que eu me sinto todos os dias: como se o tempo tivesse ido embora sem nem deixar um bilhete explicando as razões.

Pode-se culpar a sociedade, a cultura brasileira, os homens, as mulheres que queimaram o sutiã e nos deixaram uma herança meio ingrata - afinal, não apenas não saímos da cozinha como agora cuidamos da cozinha e temos uma carreira. Enfim, dá para culpar todo mundo e todos, mas a verdade é que a culpa é só uma: minha. Ou nossa. Essa pressão toda nasce porque eu espero muito de mim e muito das outras pessoas, e todo mundo vive assim hoje em dia.

No fim das contas, eu não resolvi a minha crise. Mas eu fiquei feliz em saber que é normal entrar em pânico, surtar, não saber mais o que quer da vida e mesmo assim continuar acordando todos os dias fingindo que sabe. É, não é fácil. No entanto, o programa também mostrou um maestro que fez tudo errado e, no fim das contas, hoje é super bem-sucedido.

A caixa de Pandora se abriu para mim, e a esperança invadiu meu coração.

Nenhum comentário: